If (Would It Turn Out Wrong) - Fonoteca Municipal do Porto

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If (Would It Turn Out Wrong)

Armando Sousa

Resenha

14 Janeiro 2021

Quando, em 1996, Jaine Green incluía no seu programa televisivo Fame Factor uma entrevista com a lânguida Carol Ballard, poucos adivinhariam que o que se revelaria nesse episódio especial sobre “fãs número 1”, era uma stalker que escrevia supostas cartas de amor que escondiam propostas indecentes e ameaças a um dos membros fundadores dos Esprit de Corps, Mike Read. Naturalmente, não foi pelo sucesso de uma banda sem hits que Read teve pelo menos uma fã que mudou o seu nome para Blue Tulip Rose Read porque acreditava estar casada com a estrela britânica. Natural de Manchester, Mike Read fez carreira sobretudo na rádio e na televisão, motivo pelo que seria tão popularmente conhecido. No entanto, a relação com a música é muito anterior à fama de apresentador e showman.

Antes dos Esprit de Corps, Mike Read já tinha iniciado o seu caminho no rock com tintes psicadélicos em casa da mãe da atriz Julie Andrews (mais conhecida pelo seu papel como Mary Poppins), formando os Amber em 1966, com os que escreveria, entre outras, February’s Child. Esta música seria finalmente gravada e publicada em 1969 por uma das várias reencarnações dos The Lost de David Ballantyne, que viriam a desembocar nos Esprit de Corps e neste disco de 1972. As duas canções que compõem o single If (Would It Turn Out Wrong)/Picture on the Wall, compostas e produzidas por Dave Mindel, com quem Ballantyne já tinha colaborado em diversas ocasiões, enquadram-se na linha dos anteriores grupos deste com Read e mostram de que forma a vulgarização do pop e do rock psicadélico na cultura popular britânica se tornou evidente. Quem iria apostar na música dos Esprit de Corps seria Dick James, sócio de Brian Epstein na Northern Records: sobrava dinheiro a quem tinha investido na megamáquina dos Beatles.

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