13 Novembro 2025
The Feelies
No final da década de 70, o punk começava a esmorecer e surgia uma nova geração que sentia que já tudo tinha sido feito, procurando sons diferentes. Bill Million e Glenn Mercer, dois jovens dos subúrbios de Nova Jérsia, faziam parte dessa vaga e, talvez por isso, formaram em 1976 uma banda com um nome inspirado em Brave New World, de Aldous Huxley: The Feelies. No romance, os “feelies” eram uma forma futurista de cinema que estimulava não apenas a visão e a audição, mas também o tato e o olfato, criando uma experiência imersiva. De certa forma, a banda levou esse conceito para o universo musical, orquestrando uma revolução sensorial que pôs à prova os limites do rock convencional da época.
A formação inicial contou com Bill Million, Glenn Mercer e Keith DeNunzio na bateria, além de outros colaboradores. Também o percussionista Dave Weckerman integrou o colectivo desde cedo, embora de forma intermitente. Pouco depois, Anton Fier assumiria a bateria para as gravações do álbum de estreia. Crazy Rhythms foi gravado em 1979 no Skyline Studio, em Nova Jérsia, co-produzido por Bill Million, Glenn Mercer e Mark Abel, e editado em 1980 pela Stiff Records no Reino Unido e pela A&M Records nos Estados Unidos. Estas garantiram à banda um controlo significativo (e algo incomum para a época) sobre todo o processo de produção.
Inserido no movimento pós-punk, com ecos de new wave, o álbum reagiu à cena dominante e absorveu o espírito DIY e a energia nervosa característica do período, algo que se revela de imediato na faixa inaugural, The Boy With the Perpetual Nervousness. O resultado encapsula na perfeição o som da mudança: guitarras de timbre limpo entrelaçam-se em padrões hipnóticos e texturas distorcidas, enquanto a percussão inovadora, que inclui caixas metálicas, campainhas e outros objetos, imprime ao disco uma pulsação rítmica intensa, sugerindo os crazy rythms que dão nome ao álbum e definem a sua energia singular.
Com influências de The Velvet Underground, Television e Talking Heads, os seus ritmos nervosos, melodias frenéticas e letras enigmáticas conquistaram a crítica. Os The Feelies tornaram-se parte integrante do circuito pós-punk em Nova Iorque, tocando várias vezes no clube CBGB, o epicentro da cena.
Apesar da aclamação da crítica, o impacto comercial de Crazy Rhythms foi modesto, deixando as editoras insatisfeitas e levando a banda a abrandar a atividade nos anos seguintes. Livre da pressão para responder a exigências de mercado, os The Feelies acabaram por cultivar um percurso discreto, marcado por longos intervalos entre lançamentos e concertos esporádicos. Ainda assim, o disco cresceu em prestígio ao longo do tempo, tornando-se um verdadeiro clássico de culto e servindo de inspiração a inúmeras bandas de jangle pop e indie rock — entre elas R.E.M., Yo La Tengo e Galaxie 500 –, consolidando a reputação do grupo como pioneiro de um som simultaneamente preciso, hipnótico e intemporal.
A formação inicial contou com Bill Million, Glenn Mercer e Keith DeNunzio na bateria, além de outros colaboradores. Também o percussionista Dave Weckerman integrou o colectivo desde cedo, embora de forma intermitente. Pouco depois, Anton Fier assumiria a bateria para as gravações do álbum de estreia. Crazy Rhythms foi gravado em 1979 no Skyline Studio, em Nova Jérsia, co-produzido por Bill Million, Glenn Mercer e Mark Abel, e editado em 1980 pela Stiff Records no Reino Unido e pela A&M Records nos Estados Unidos. Estas garantiram à banda um controlo significativo (e algo incomum para a época) sobre todo o processo de produção.
Inserido no movimento pós-punk, com ecos de new wave, o álbum reagiu à cena dominante e absorveu o espírito DIY e a energia nervosa característica do período, algo que se revela de imediato na faixa inaugural, The Boy With the Perpetual Nervousness. O resultado encapsula na perfeição o som da mudança: guitarras de timbre limpo entrelaçam-se em padrões hipnóticos e texturas distorcidas, enquanto a percussão inovadora, que inclui caixas metálicas, campainhas e outros objetos, imprime ao disco uma pulsação rítmica intensa, sugerindo os crazy rythms que dão nome ao álbum e definem a sua energia singular.
Com influências de The Velvet Underground, Television e Talking Heads, os seus ritmos nervosos, melodias frenéticas e letras enigmáticas conquistaram a crítica. Os The Feelies tornaram-se parte integrante do circuito pós-punk em Nova Iorque, tocando várias vezes no clube CBGB, o epicentro da cena.
Apesar da aclamação da crítica, o impacto comercial de Crazy Rhythms foi modesto, deixando as editoras insatisfeitas e levando a banda a abrandar a atividade nos anos seguintes. Livre da pressão para responder a exigências de mercado, os The Feelies acabaram por cultivar um percurso discreto, marcado por longos intervalos entre lançamentos e concertos esporádicos. Ainda assim, o disco cresceu em prestígio ao longo do tempo, tornando-se um verdadeiro clássico de culto e servindo de inspiração a inúmeras bandas de jangle pop e indie rock — entre elas R.E.M., Yo La Tengo e Galaxie 500 –, consolidando a reputação do grupo como pioneiro de um som simultaneamente preciso, hipnótico e intemporal.